Após as cheias que devastaram o Rio Grande do Sul, o estado enfrenta um surto de leptospirose, com 800 casos suspeitos e quatro mortes confirmadas. A doença, transmitida pela urina de ratos, encontra terreno fértil nas inundações. A Secretaria de Saúde está em alerta e intensifica as medidas de prevenção e diagnóstico.
Aumento de Casos de Leptospirose no RS
Situação Atual
Os temporais e cheias que assolaram o Rio Grande do Sul, resultando em 163 mortes, trouxeram também um novo desafio: a leptospirose. Até este sábado (25), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) registrou 800 casos suspeitos da doença desde o início do desastre, no fim de abril.
A leptospirose é uma doença infecciosa transmitida pela água contaminada com urina de ratos. As enchentes aumentaram significativamente o risco de contaminação.
Casos Confirmados e Mortes
Até agora, 54 casos de leptospirose foram confirmados. As vítimas que faleceram são:
- Eldo Gross, 67 anos, de Travesseiro
- Homem, 33 anos, de Venâncio Aires
- Homem, 50 anos, de Porto Alegre
- Homem, 56 anos, de Cachoeirinha
Outras quatro mortes estão sob investigação, em cidades como Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí.
Diagnóstico e Tratamento
Os exames para confirmar a leptospirose são realizados pelo Laboratório Central (Lacen) do RS, utilizando dois métodos principais:
- Biologia molecular (RT-PCR): para casos nos primeiros sete dias de sintomas.
- Diagnóstico sorológico: detecta anticorpos após sete dias de sintomas.
Prevenção e Desinfecção
Medidas preventivas são essenciais para controlar a doença. Nos locais afetados pelas enchentes, a desinfecção deve ser feita com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%). A proporção recomendada é de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.
Outras medidas incluem:
- Guardar alimentos em recipientes bem fechados
- Manter a cozinha limpa e sem restos de alimentos
- Remover sobras de alimentos ou ração de animais antes do anoitecer
- Manter o terreno limpo, evitando entulhos
Informações sobre a Doença
A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira interrogans e pode ser transmitida pela urina de animais infectados. O contato com água ou lama contaminada durante enchentes é a principal forma de infecção. A bactéria penetra no corpo humano pela pele ou mucosas.
Sintomas e Tratamento
A doença pode ser assintomática, mas em casos graves pode levar à falência de órgãos. O tratamento é feito com antibióticos e deve começar o mais cedo possível. Nos casos leves, o tratamento é ambulatorial; nos casos graves, a hospitalização imediata é necessária.
A automedicação não é indicada. Ao suspeitar da doença, procure um serviço de saúde e relate a exposição de risco. O uso de antibióticos, sob orientação médica, é recomendado em qualquer estágio da doença, com maior eficácia na primeira semana dos sintomas.
O Rio Grande do Sul enfrenta um grave surto de leptospirose após as enchentes que devastaram a região. Com 800 casos suspeitos e 54 confirmados, é crucial intensificar as medidas de prevenção e buscar tratamento imediato ao primeiro sinal de sintomas. A colaboração da população e a atuação das autoridades de saúde são essenciais para controlar a disseminação da doença.