Um novo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou uma realidade alarmante: mais de um bilhão de refeições são desperdiçadas diariamente em todo o mundo, enquanto quase 800 milhões de pessoas sofrem com a fome. Publicado como parte do Relatório do Índice de Desperdício Alimentar de 2024 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), esses números pintam um quadro sombrio da distribuição desigual de recursos essenciais.
Em 2022, o mundo desperdiçou 1,05 bilhão de toneladas métricas de alimentos, equivalente a um quinto do total disponível. O desperdício ocorre em diversos estágios, desde a produção até a mesa, com cerca de um terço de todos os alimentos sendo jogados fora durante o processo. Essa realidade é ainda mais chocante quando confrontada com o fato de que um terço da população mundial enfrenta insegurança alimentar.
O relatório destaca o papel crucial do desperdício alimentar nas mudanças climáticas, com os sistemas alimentares sendo responsáveis por cerca de um terço das emissões globais de gases de efeito estufa. Além disso, o desperdício contribui para a produção de metano nos aterros, agravando ainda mais o problema ambiental. Países mais quentes são particularmente afetados, pois enfrentam desafios adicionais no armazenamento e transporte de alimentos.
Essas descobertas exigem ações imediatas e coordenadas. Desde políticas nacionais até mudanças nos hábitos individuais, é crucial abordar o desperdício alimentar de maneira holística. A falta de monitoramento adequado por parte de muitos países destaca a necessidade de uma abordagem mais rigorosa e padronizada para lidar com esse problema global.
O desperdício alimentar não é apenas uma questão de distribuição desigual de recursos, mas também tem ramificações profundas na sustentabilidade ambiental e na luta contra as mudanças climáticas. É hora de reconhecer a gravidade desse problema e agir com determinação para garantir um futuro mais justo e sustentável para todos.