As universidades e institutos federais de ensino superior mantêm a greve, rejeitando o fim das negociações pelo governo. A categoria busca melhores condições salariais e investimento nas instituições.
Greve nas Instituições Federais: Impasses e Demandas
As universidades e institutos federais de ensino superior continuarão em greve, conforme anunciado pelas entidades coordenadoras da paralisação. Mesmo após a proposta do governo, apresentada pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, a categoria não aceitou o acordo e exige a continuidade das negociações.
Rejeição ao Acordo do Governo
Na quarta-feira (22), o ministério informou que as negociações estavam encerradas, convidando as entidades para a assinatura de um termo de acordo na próxima segunda-feira (27). No entanto, os representantes dos professores consideram essa atitude unilateral e afirmam que há espaço no orçamento para atender às suas demandas.
Demandas e Argumentos dos Grevistas
Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), criticou a postura do governo:
“Repudiamos a interrupção unilateral do processo democrático de negociação pelo governo federal. Queremos seguir conversando e entendemos que há espaço no orçamento para atender nossas demandas.”
A greve, iniciada em 15 de abril, continua forte, com 59 universidades e mais de 560 colégios federais participando. A proposta do governo inclui aumentos escalonados de 13,3% a 31% até 2026, mas não prevê reajuste para este ano, o que é um ponto crítico para a categoria.
Proposta do Governo e Críticas
A proposta do governo promete aumentos de 13,3% a 31%, iniciando em 2025. Com o reajuste de 9% concedido em 2023, o aumento total seria entre 23% e 43% até 2026. No entanto, a falta de reajuste imediato e a disparidade nos aumentos são criticadas pelos grevistas.
David Lobão, do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinafese), destacou que há recursos orçamentários disponíveis, que poderiam ser usados para recompor as perdas salariais dos últimos anos.
“O secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, disse que há um colchão de segurança de R$ 2,9 bilhões para aumento de despesas obrigatórias. Vamos fazer pressão para usar esses recursos.”
Expectativas e Futuro das Negociações
A coordenadora-geral do Sinasefe, Artemis Matins, espera que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intervenha e ajude a destravar as negociações, demonstrando seu compromisso com a educação.
Para os técnicos administrativos, as negociações ainda estão em andamento, com uma proposta de aumento médio de 28% até 2026. Ivanilda Reis, coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior (Fasubra), também apoia as demandas dos docentes e critica o fim das negociações.
Resposta do Ministério
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos afirmou que o ganho acumulado dos docentes será de 28% a 43% em quatro anos, além do aumento no auxílio-alimentação para R$ 1 mil. Segundo a pasta, após cinco rodadas de negociação, essas são as propostas finais.
A greve nas universidades e institutos federais continua, com as entidades insistindo na necessidade de novas negociações e melhores condições para os docentes e técnicos administrativos. A expectativa é que a pressão da categoria e possíveis intervenções políticas possam levar a uma solução mais satisfatória.